Não é de hoje que a produção artesanal das famílias catarinenses é motivo de orgulho e destaque internacional. Em Santa Catarina, a tradição da produção de cachaças é forte e, na maioria das cidades, certamente você poderá encontrar uma cachaçaria ou o tradicional alambique.
Recentemente, mais duas famílias de agricultores conquistaram a premiação máxima no Concurso Mundial de Bruxelas, maior evento voltado para avaliação e premiação de destilados do mundo inteiro.
A Cachaça do Conde, de Orleans, e Cafundó da Serra, de Lauro Muller, foram agraciadas com a grande medalha de ouro, que é concedida aos rótulos já premiados mediante a uma segunda degustação, na qual são escolhidas as melhores do evento.
O concurso concede três tipos de prêmios: grandes medalhas de ouro, medalhas de ouro e medalhas de prata. Das 44 bebidas premiadas no concurso, famílias catarinenses. O destaque também ficou para uma aguardente do Engenho Borghezan, produzida por um agricultor de Grão-Pará, que recebeu a premiação ouro, e para a Cachaça Imigrante, de produtores de Pedras Grandes, premiados com prata. A Cafundó da Serra também teve um rótulo premiado com ouro pelo segundo ano consecutivo.
Produção artesanal com controle de qualidade desde o cultivo da cana
A cachaça é um destilado primário do mosto da cana-de-açúcar fermentado, ou seja, recebe essa denominação apenas a bebida feita da garapa da cana fermentada e destilada. Para ser comercializada, precisa ter registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
O controle de qualidade da cachaça artesanal começa no campo, no solo usado para o plantio, que deve ter pouca acidez e boa fertilidade. No cultivo da cana-de-açúcar também deve ser feito o controle de pragas para que resulte em matéria-prima de excelência. As variedades de cana também são importantes, bem como o corte da cana, que também necessita de mão de obra qualificada.
O armazenamento também segue um padrão para que não acidificar a cana. A moagem deve acontecer no prazo de 24 horas depois de colhida para garantir o sabor desejado. Em seguida, a bebida passa por um decantador para tirar as impurezas, segue para padronização do brix de doçura para então ir para a fermentação, que é feita por uma levedura selecionada e tem prazo para finalizar. É nessa etapa que o açúcar é transformado em álcool.
Após a fermentação, a bebida vai para o alambique para passar pelo processo de destilação e finalmente se transformar em cachaça, que tem a porcentagem de álcool controlada. De lá segue para o estoque, que pode ser em dornas de inox, onde não sofre alteração de cor, ou em barris de madeira.
Conheça a história das cachaçarias premiadas
– Cachaça do Conde: no ano de 2012, em Orleans, cidade onde está localizado o Real NOB Hotel, o jovem agricultor Henrique Orben decidiu investir em uma antiga atividade do pai: produção de cachaça. Ele já havia plantado fumo e trabalhado na área urbana, mas queria novos desafios. Com um olhar empreendedor e moderno da atividade, ele se capacitou em cursos no estado de Minas Gerais, adquiriu mudas de cana-de-açúcar na Epagri e em 2014 produziu 15 mil litros com a primeira safra. Hoje a produção anual está em 50 mil litros.
Na cartela de produtos da empresa constam quatro tipos de cachaças. O rótulo premiado em Bruxelas foi produzido em 2018: Cachaça do Conde Amburana, que descansou em barril de amburana, madeira brasileira de árvore nobre. Na Expocachaça, a premiação ouro foi para a Cachaça do Conde Blend, que utilizou as madeiras carvalho, amburana, bálsamo e jequitibá no envelhecimento, responsáveis por garantir à bebida características peculiares e únicas.
Henrique se envolve com a produção da cachaça desde o campo, com a preparação da terra para o cultivo da cana-de-açúcar, até a comercialização dos destilados.
– Cafundó da Serra: a Cafundó da Serra foi criada em 2004, em Lauro Muller, por Tarcício Goudinho e o filho Eduardo. Nesse município fica a lavoura de cana, a destilaria e o ponto de venda. Assim como na marca do município vizinho, os produtores se envolvem desde a produção da cana à comercialização. Eles também cultivam milho e feijão, mas a atividade principal é a cachaça.
A média anual de produção está na faixa de 20 mil litros. São duas bebidas registradas: a envelhecida em barril de carvalho e a branca, conservada em barris de inox (aquela comum, usada no preparo de drinks como a famosa caipirinha). Ambas foram premiadas em Bruxelas: a primeira com o grande ouro e a segunda com ouro. A cachaça branca também recebeu ouro na Expocachaça 2020. Eduardo atribui os títulos conquistados à dedicação na produção, que começa na safra de cana.
A região onde está localizado o Real NOB Hotel conta com diversas opções de cachaçarias que oferecem visitação e degustação. Confira aqui algumas sugestões e programe um passeio diferente durante a sua hospedagem.
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